A subida dos preços da farinha de peixe (motivado pela limitação na captura de espécies selvagens que lhe dão origem e pelo aumento da procura) tem conduzido nos últimos anos a uma maior necessidade de aproveitamento de resíduos e produtos secundários da pesca, cujo descarte em determinadas condições contribui para a ocorrência de graves problemas ambientais. Entre eles podem incluir-se as partes não edíveis (p.ex. cabeças, caudas, espinhas e miudezas) e as espécies capturadas acidentalmente (p.ex. certas espécies de peixes, mamíferos, tartarugas e aves) que habitualmente acabam por ser descartadas de volta para os mares. A disponibilidade destes desperdícios é maior durante a época da pesca e em regiões onde o seu processamento é pouco praticado (FAOSTAT, 2015).
a) Farinha de desperdícios de peixe
Dependendo da origem, os resíduos e produtos secundários da pesca podem necessitar de medidas especiais de preservação que permitam a manutenção da sua qualidade, para dar origem a farinhas de peixe com composição e valor nutricional bastante diversificadas.
A farinha de peixe é obtida após a cozedura, prensagem, secagem e trituração do peixe na sua totalidade ou as partes não edíveis. O produto pode ser vendido em quatro formas: farinha de qualidade superior, que é frequentemente usada na alimentação de espécies de aquacultura de pequena escala (como trutas ou espécies marinhas); farinha de baixa temperatura, que apresenta melhor digestibilidade e é usada na produção de salmão; farinhas prime e de qualidade média, que são utilizadas na alimentação de suínos e aves de criação (AYADI, et al., 2012).
Estudos demonstraram que farinhas de desperdícios de peixe são uma alternativa capaz de substituir parcial ou totalmente a farinha de peixe comercial em rações de trutas, tilápias e corvinão de pintas (redfish). Para grandes incorporações em rações e trutas arco-íris as farinhas não devem estar desprovidas de quitina ou espinhas, e devem ser suplementadas com aminoácidos e minerais (ver Tabela 2 ) (AYADI, et al., 2012).
b) Silagem de desperdícios de peixe
A silagem de desperdícios de peixe é um produto líquido ou semilíquido resultante de processos fermentativos controlados de partes não edíveis de peixes ou da totalidade de peixes sem interesse comercial. Na ensilagem, os processos fermentativos são levados a cabo por bactérias lácteas existentes naturalmente nos desperdícios ou introduzidas por inoculação. Podem também ser adicionadas enzimas às culturas iniciadoras, ou utilizadas exclusivamente como única fonte de liquefação. Outro processo de liquefação consiste na adição de 2-3% de ácido fórmico seguido de um período de armazenamento de vários dias à temperatura ambiente até que as pepsinas e outras protéases ácidas presentes nos tecidos musculares tenham dissolvido os desperdícios de peixe. Um pH final de 3-4 garante uma boa preservação deste produto, no entanto a presença de grandes quantidades de lípidos insaturados podem levar ao aparecimento de compostos oxidados tóxicos. Como tal, a para a conservação de silagem de desperdícios de peixe é aconselhada a adição de antioxidantes. Comparativamente à farinha de desperdícios de peixe, a silagem requer uma tecnologia mais simples e barata, no entanto o transporte do produto final é mais caro devido ao maior peso em água. O menor teor de proteína bruta deve-se à liquefação que pode degradar as proteínas em polipéptidos e aminoácidos (AYADI, et al., 2012).
Estudos demonstram que a farinha de silagem neutralizada de desperdícios de peixe é uma alternativa à farinha de peixe comercial com melhor digestibilidade, tendo sido integrada com sucesso nas rações de truta arco-íris, salmão do Atlântico, juvenis de tilápia do Nilo, juvenis de pacu e juvenis de peixe-gato. Um estudo envolvendo a substituição de farinha de peixe comercial por silagem em rações de trutas, observou-se uma velocidade de crescimento menor enquanto que o peso final e a palatabilidade se mantiveram inalteradas. Os autores especularam que a menor taxa de crescimento ficou a dever-se à menor quantidade na ração de proteínas intactas (AYADI, et al., 2012).
Tabela 1 - Composição de fontes proteicas animais e vegetais
Tabela 2 - Utilização de fontes proteicas alternativas na alimentação de Tilápia do Nilo e Truta Arco-íris
a) Farinha de desperdícios de peixe
Dependendo da origem, os resíduos e produtos secundários da pesca podem necessitar de medidas especiais de preservação que permitam a manutenção da sua qualidade, para dar origem a farinhas de peixe com composição e valor nutricional bastante diversificadas.
A farinha de peixe é obtida após a cozedura, prensagem, secagem e trituração do peixe na sua totalidade ou as partes não edíveis. O produto pode ser vendido em quatro formas: farinha de qualidade superior, que é frequentemente usada na alimentação de espécies de aquacultura de pequena escala (como trutas ou espécies marinhas); farinha de baixa temperatura, que apresenta melhor digestibilidade e é usada na produção de salmão; farinhas prime e de qualidade média, que são utilizadas na alimentação de suínos e aves de criação (AYADI, et al., 2012).
Estudos demonstraram que farinhas de desperdícios de peixe são uma alternativa capaz de substituir parcial ou totalmente a farinha de peixe comercial em rações de trutas, tilápias e corvinão de pintas (redfish). Para grandes incorporações em rações e trutas arco-íris as farinhas não devem estar desprovidas de quitina ou espinhas, e devem ser suplementadas com aminoácidos e minerais (ver Tabela 2 ) (AYADI, et al., 2012).
b) Silagem de desperdícios de peixe
A silagem de desperdícios de peixe é um produto líquido ou semilíquido resultante de processos fermentativos controlados de partes não edíveis de peixes ou da totalidade de peixes sem interesse comercial. Na ensilagem, os processos fermentativos são levados a cabo por bactérias lácteas existentes naturalmente nos desperdícios ou introduzidas por inoculação. Podem também ser adicionadas enzimas às culturas iniciadoras, ou utilizadas exclusivamente como única fonte de liquefação. Outro processo de liquefação consiste na adição de 2-3% de ácido fórmico seguido de um período de armazenamento de vários dias à temperatura ambiente até que as pepsinas e outras protéases ácidas presentes nos tecidos musculares tenham dissolvido os desperdícios de peixe. Um pH final de 3-4 garante uma boa preservação deste produto, no entanto a presença de grandes quantidades de lípidos insaturados podem levar ao aparecimento de compostos oxidados tóxicos. Como tal, a para a conservação de silagem de desperdícios de peixe é aconselhada a adição de antioxidantes. Comparativamente à farinha de desperdícios de peixe, a silagem requer uma tecnologia mais simples e barata, no entanto o transporte do produto final é mais caro devido ao maior peso em água. O menor teor de proteína bruta deve-se à liquefação que pode degradar as proteínas em polipéptidos e aminoácidos (AYADI, et al., 2012).
Estudos demonstram que a farinha de silagem neutralizada de desperdícios de peixe é uma alternativa à farinha de peixe comercial com melhor digestibilidade, tendo sido integrada com sucesso nas rações de truta arco-íris, salmão do Atlântico, juvenis de tilápia do Nilo, juvenis de pacu e juvenis de peixe-gato. Um estudo envolvendo a substituição de farinha de peixe comercial por silagem em rações de trutas, observou-se uma velocidade de crescimento menor enquanto que o peso final e a palatabilidade se mantiveram inalteradas. Os autores especularam que a menor taxa de crescimento ficou a dever-se à menor quantidade na ração de proteínas intactas (AYADI, et al., 2012).
Tabela 1 - Composição de fontes proteicas animais e vegetais
Tabela 2 - Utilização de fontes proteicas alternativas na alimentação de Tilápia do Nilo e Truta Arco-íris
Referências:
FAOSTAT, 2015. FAOSTAT - FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. [Online] Disponível em: http://faostat.fao.org/ [Acedido em 7 Novembro 2015].
AYADI, F., et al, 2012. Alternative Protein Sources for Aquaculture Feeds. Journal of Aquaculture Feed Science and Nutrition, 4(1), pp. 1-15.
FAOSTAT, 2015. FAOSTAT - FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. [Online] Disponível em: http://faostat.fao.org/ [Acedido em 7 Novembro 2015].
AYADI, F., et al, 2012. Alternative Protein Sources for Aquaculture Feeds. Journal of Aquaculture Feed Science and Nutrition, 4(1), pp. 1-15.
|
|
Voltar a Fontes proteicas alternativas