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Etimologicamente, um novo produto alimentar (NPA) pode definir-se como aquele produto que nunca tenha sido apresentado antes em nenhum Mercado em qualquer parte do mundo. No entanto, nos dias de hoje esta ocorrência é rara. Na realidade, a definição de novo produto alimentar é complexa e depende da perspetiva considerada, nomeadamente do Mercado, da indústria (i.e. da empresa que o fabrica) e do consumidor (FULLER, 2011). Para um determinado Mercado, um NPA é aquele produto nunca antes vendido quer na sua forma própria quer numa forma concetualmente semelhante. Para o consumidor, os NPA são aqueles que ele não conhece por serem realmente originais, por serem novos no Mercado; aqueles que adquire pela primeira vez, embora possam já existir no Mercado; e aqueles que identifica de forma diferentes, em consequência de estratégias de reposicionamento desses produtos (PESSOA, 2015). Na perspetiva da empresa, um NPA caracteriza-se como aquele produto que (relativamente a essa mesma empresa) nunca foi anteriormente produzido e que é introduzido pela primeira vez no Mercado; ou aquele produto que é introduzido com uma nova função ou com características nunca anteriormente exploradas (e.g. embalagem, rotulagem, forma, tamanho) (FULLER, 2011).
Os NPA podem ser divididos em diferentes classes, incluindo “extensões de linha”; “reposicionamento”, “reformulação” e “re-embalamento” de produtos existentes; “produtos criativos” e “produtos inovadores” (FULLER, 2011). As extensões de linha correspondem a variantes de produtos com um posicionamento semelhante aos produtos de uma linha já existente (FULLER, 2011). A adição de sabores a uma água natural engarrafada é um exemplo que se enquadra categoria de NPA (PESSOA, 2015). O reposicionamento consiste em criar um novo nicho de mercado e dar uma nova utilização a produtos já existentes. É o caso, por exemplo, do posicionamento dos refrigerantes como principais acompanhamentos nas refeições (PESSOA, 2015). A reformulação de produtos existentes pode surgir por diversas razões, tais como: melhorar as suas características sensoriais, nutritivas, e de estabilidade; para substituir ingredientes indisponíveis, perigosos ou caros por outros mais disponíveis, seguros, baratos e com propriedades mais favoráveis aos processos de fabrico; para produzir versões (imitações) mais baratas dos produtos já existentes. A reformulação de produtos pode também ser necessária para criar novos nichos de mercado, por exemplo, bebidas com baixo teor de calorias, enriquecidas com fibras e baixo teor de sódio (FULLER, 2011). O re-embalamento pode envolver a redução do tamanho das embalagens por forma a tornar a sua utilização mais conveniente ao consumidor; a alteração do tipo de material e da rotulagem (FULLER, 2011). Um exemplo são as garrafas de cerveja em alumínio. Os NPA podem também ser classificados em produtos inovadores e produtos criativos, respetivamente de acordo com o grau de mudança face a produtos já existentes e o grau de originalidade. Exemplos de inovação e criatividade podem ser encontrados na invenção de novos estilos de cerveja artesanal a partir da combinação de diferentes variedades de matérias-primas (lúpulos, maltes, leveduras e água) com novas misturas, novos métodos de fermentação e novos recipientes. |
Referências:
FULLER, G. W. (2011). New Food Product Development - From concept to marketplace (3rd ed.). EUA: CRC Press.
PESSOA, M. F. (2015). Desenvolvimento de Novos Produtos - Aulas. Caparica.
FULLER, G. W. (2011). New Food Product Development - From concept to marketplace (3rd ed.). EUA: CRC Press.
PESSOA, M. F. (2015). Desenvolvimento de Novos Produtos - Aulas. Caparica.
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