A água, no seu estado líquido natural, apresenta importantes propriedades físico-químicas, nomeadamente polaridade elevada, facilidade em ceder pares de eletrões e em estabelecer ligações por pontes de hidrogénio com outras substâncias. Estas propriedades conferem à água uma grande versatilidade nos processos geoquímicos que ocorrem na Litosfera. Esta substância pode atuar como reagente (no ataque protónico e nas reações de hidratação, de hidrólise e de protólise), agente de fenómenos de oxidação-redução (na variação do número de oxidação de alguns elementos ou de seus iões), produto de reação (na condensação que conduz à formação de vários polímeros), solvente (na produção de iões ou de moléculas solvatadas), fase dispersante (na formação de sistemas coloidais e na dissolução de sais) e, finalmente, como fator dinâmico (na translocação ou evacuação de produtos vários) (SIMÕES, 1998).
No decurso do ciclo hidrológico, a água incorpora gases e outras substâncias (orgânicas e inorgânicas) que, em função dos agentes físicos e químicos envolvidos nas diversas fases, lhe impõem uma evolução qualitativa (SIMÕES, 1998).
A água das chuvas apresenta uma composição bastante variável que resulta da interação com a atmosfera, razão pela qual se encontram dissolvidos gases como o azoto, o oxigénio e o dióxido de carbono. A sua variabilidade é devida à influência de diversos fatores entre os quais a quantidade de precipitação, a proximidade do mar e a atividade antropogénica. Em zonas litorais, é habitual a incorporação de partículas de sal arrastadas da superfície dos oceanos por ação do vento. Devido à sua pequena dimensão, estas partículas permanecem em suspensão no ar, podendo atingir grandes distâncias. Perto das cidades, e sobretudo em zonas industriais, as águas da chuva tendem a apresentar teores bastante aumentados de sulfatos, dióxido de carbono e, em menor escala, de cloro e azoto. Assim, verifica-se que a presença de cloretos aumenta com a proximidade do mar e o conteúdo de sulfatos é maior em zonas citadinas e industriais do que em ambientes rurais. Em zonas agrícolas rurais, os ventos podem levantar as poeiras dos solos fertilizados para a atmosfera. De um modo geral, a água das chuvas apresentam baixas quantidades de carbonatos e bicarbonatos, fosfatos, alumínio e ferro. O cálcio e o magnésio aparecem em quantidades apreciáveis e numa relação semelhante à da água do mar, o que pode explicar a proveniência marina do magnésio. A relação magnésio/cloreto é também semelhante à da água do mar (SIMÕES, 1998).
Os rios, quando conectados com sistemas aquíferos, são locais de mistura de águas subterrâneas e superficiais. Nestas massas de água podem-se juntar águas de nascente, de precipitação e de escorrência. A composição das suas águas pode ainda alterar-se por contaminação com águas residuais industriais e urbanas. Esta alteração é tanto maior quanto mais pequeno for o tamanho do rio. As águas dos rios transportam diversos produtos na forma de soluções iónicas e de dispersões coloidais. A quantidade destes produtos depende do clima, da composição e propriedades físico-químicas das rochas e dos solos da bacia de receção. Nos solos ricos em matéria orgânica e expostos a grande precipitação, as águas subterrâneas tendem a carregar-se com elevadas quantidades de dióxido de carbono. Em consequência da sua descarga nos rios, verifica-se predominância dos carbonatos face aos sulfatos e cloretos, sendo o catião mais comum o cálcio. Pelo contrário, em regiões áridas e semiáridas, na composição das águas dos rios existe maior predomínio de sulfatos e cloretos, e o cálcio perde, com frequência, a posição de ião preponderante. Entre os catiões mais frequentes nas águas dos rios incluem-se o cálcio, o magnésio e o carbonato, devidos à circulação em rochas salinas. Outros catiões como o sódio, o potássio, o cloro e o sulfato ocorrem sobretudo devido a contaminação antropogénica. Devido ao contacto com o ar, as águas dos rios contêm dissolvidos gases atmosféricos, principalmente azoto, dióxido de carbono e oxigénio. Das águas das chuvas provém os nitratos, os nitritos e o amoníaco. Existem também quantidades variáveis de matéria orgânica (SIMÕES, 1998).
As principais fontes de recarga dos aquíferos (i.e. as águas da chuva e/ou dos rios) atravessam muito lentamente as zonas não-saturadas do solo, até atingirem uma zona saturada. Durante o trajeto podem dissolver dióxido de carbono e ácidos húmicos, resultantes da decomposição da matéria orgânica, adquirindo propriedades ácidas que lhe facilitam o ataque aos materiais rochosos atravessados. Deste ataque resulta a desagregação de quase todos os minerais e a formação de novos compostos solúveis, nomeadamente carbonatos, bicarbonatos, e sulfatos, que se encontram associados a catiões como o sódio e o potássio, além do cálcio e do magnésio. Pelo contrário, a maior parte do alumínio, ferro e sílica permanecem em resíduo insolúvel. A velocidade de desagregação depende da natureza da fonte de recarga (chuva e/ou rio), das propriedades físico-químicas dos minerais das rochas, do tempo de contacto da água com o meio litológico, do estado de saturação do solo, do ambiente encontrado (temperatura e pressão) e do tipo de porosidade (poros, fraturas ou fissuras). Além do efeito meteorizante devido à solubilização do dióxido de carbono na água, também outros agentes responsáveis por fenómenos físicos e químicos são capazes de alterar a composição das águas subterrâneas. Nestes incluem-se a evaporação, reações de adsorção, oxidação e redução. Por outro lado, a atividade antropogénica (e.g. agricultura, indústria, ocupação urbana) podem levar ao aumento anómalo da concentração de alguns sais (nitratos, sulfatos e cloretos), ou ao aparecimento de substâncias estranhas (fosfatos, metais pesados, fertilizantes e pesticidas). A exploração irracional dos aquíferos, podem também levar à salinização progressiva das águas subterrâneas devida à progressão da intrusão marinha (SIMÕES, 1998).
No decurso do ciclo hidrológico, a água incorpora gases e outras substâncias (orgânicas e inorgânicas) que, em função dos agentes físicos e químicos envolvidos nas diversas fases, lhe impõem uma evolução qualitativa (SIMÕES, 1998).
A água das chuvas apresenta uma composição bastante variável que resulta da interação com a atmosfera, razão pela qual se encontram dissolvidos gases como o azoto, o oxigénio e o dióxido de carbono. A sua variabilidade é devida à influência de diversos fatores entre os quais a quantidade de precipitação, a proximidade do mar e a atividade antropogénica. Em zonas litorais, é habitual a incorporação de partículas de sal arrastadas da superfície dos oceanos por ação do vento. Devido à sua pequena dimensão, estas partículas permanecem em suspensão no ar, podendo atingir grandes distâncias. Perto das cidades, e sobretudo em zonas industriais, as águas da chuva tendem a apresentar teores bastante aumentados de sulfatos, dióxido de carbono e, em menor escala, de cloro e azoto. Assim, verifica-se que a presença de cloretos aumenta com a proximidade do mar e o conteúdo de sulfatos é maior em zonas citadinas e industriais do que em ambientes rurais. Em zonas agrícolas rurais, os ventos podem levantar as poeiras dos solos fertilizados para a atmosfera. De um modo geral, a água das chuvas apresentam baixas quantidades de carbonatos e bicarbonatos, fosfatos, alumínio e ferro. O cálcio e o magnésio aparecem em quantidades apreciáveis e numa relação semelhante à da água do mar, o que pode explicar a proveniência marina do magnésio. A relação magnésio/cloreto é também semelhante à da água do mar (SIMÕES, 1998).
Os rios, quando conectados com sistemas aquíferos, são locais de mistura de águas subterrâneas e superficiais. Nestas massas de água podem-se juntar águas de nascente, de precipitação e de escorrência. A composição das suas águas pode ainda alterar-se por contaminação com águas residuais industriais e urbanas. Esta alteração é tanto maior quanto mais pequeno for o tamanho do rio. As águas dos rios transportam diversos produtos na forma de soluções iónicas e de dispersões coloidais. A quantidade destes produtos depende do clima, da composição e propriedades físico-químicas das rochas e dos solos da bacia de receção. Nos solos ricos em matéria orgânica e expostos a grande precipitação, as águas subterrâneas tendem a carregar-se com elevadas quantidades de dióxido de carbono. Em consequência da sua descarga nos rios, verifica-se predominância dos carbonatos face aos sulfatos e cloretos, sendo o catião mais comum o cálcio. Pelo contrário, em regiões áridas e semiáridas, na composição das águas dos rios existe maior predomínio de sulfatos e cloretos, e o cálcio perde, com frequência, a posição de ião preponderante. Entre os catiões mais frequentes nas águas dos rios incluem-se o cálcio, o magnésio e o carbonato, devidos à circulação em rochas salinas. Outros catiões como o sódio, o potássio, o cloro e o sulfato ocorrem sobretudo devido a contaminação antropogénica. Devido ao contacto com o ar, as águas dos rios contêm dissolvidos gases atmosféricos, principalmente azoto, dióxido de carbono e oxigénio. Das águas das chuvas provém os nitratos, os nitritos e o amoníaco. Existem também quantidades variáveis de matéria orgânica (SIMÕES, 1998).
As principais fontes de recarga dos aquíferos (i.e. as águas da chuva e/ou dos rios) atravessam muito lentamente as zonas não-saturadas do solo, até atingirem uma zona saturada. Durante o trajeto podem dissolver dióxido de carbono e ácidos húmicos, resultantes da decomposição da matéria orgânica, adquirindo propriedades ácidas que lhe facilitam o ataque aos materiais rochosos atravessados. Deste ataque resulta a desagregação de quase todos os minerais e a formação de novos compostos solúveis, nomeadamente carbonatos, bicarbonatos, e sulfatos, que se encontram associados a catiões como o sódio e o potássio, além do cálcio e do magnésio. Pelo contrário, a maior parte do alumínio, ferro e sílica permanecem em resíduo insolúvel. A velocidade de desagregação depende da natureza da fonte de recarga (chuva e/ou rio), das propriedades físico-químicas dos minerais das rochas, do tempo de contacto da água com o meio litológico, do estado de saturação do solo, do ambiente encontrado (temperatura e pressão) e do tipo de porosidade (poros, fraturas ou fissuras). Além do efeito meteorizante devido à solubilização do dióxido de carbono na água, também outros agentes responsáveis por fenómenos físicos e químicos são capazes de alterar a composição das águas subterrâneas. Nestes incluem-se a evaporação, reações de adsorção, oxidação e redução. Por outro lado, a atividade antropogénica (e.g. agricultura, indústria, ocupação urbana) podem levar ao aumento anómalo da concentração de alguns sais (nitratos, sulfatos e cloretos), ou ao aparecimento de substâncias estranhas (fosfatos, metais pesados, fertilizantes e pesticidas). A exploração irracional dos aquíferos, podem também levar à salinização progressiva das águas subterrâneas devida à progressão da intrusão marinha (SIMÕES, 1998).
Referências:
SIMÕES, M. (1998). Contribuição para o Conhecimento Hidrogeológico do Cenozóico na Bacia doo Baixo Tejo. Dissertação apresentada à Universidade Nova de Lisboa para obtenção do grau de Doutor em Geologia, na especialidade de Hidrogeologia. Monte da Caparica, Portugal.
SIMÕES, M. (1998). Contribuição para o Conhecimento Hidrogeológico do Cenozóico na Bacia doo Baixo Tejo. Dissertação apresentada à Universidade Nova de Lisboa para obtenção do grau de Doutor em Geologia, na especialidade de Hidrogeologia. Monte da Caparica, Portugal.
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