A farinha de peixe é um ingrediente fundamental na alimentação em aquacultura, uma vez que é uma fonte de proteínas de alta qualidade, fornece também aminoácidos, ácidos gordos e minerais essenciais, apresenta boa palatabilidade e favorece um ótimo desempenho ao nível do crescimento das culturas. Este ingrediente é habitualmente obtido a partir da captura de peixes pelágicos como a anchova, o arenque, a cavala, a savelha, a sardinha e o atum. O produto apresenta geralmente uma coloração castanha clara e a sua composição percentual varia de acordo com a origem da espécie de origem (AYADI, et al., 2012).
Farinha de peixe
Composição percentual (em base seca) de macronutrientes em farinhas de peixe de diferentes origens (adaptado de AYADI, et al., 2012)
Composição percentual (em base seca) do perfil de aminoácidos essenciais em farinhas de peixe de diferentes origens (adaptado de AYADI, et al., 2012)
A produção global de farinha de peixe apresenta flutuações mas tendencialmente tem vindo a abrandar. Este abrandamento deve-se à tendência crescente da utilização das espécies pelágicas para o consumo humano direto, ao invés da utilização destas espécies para fins não alimentares, nos quais se enquadra a produção de farinha de peixe. As grandes flutuações na produção dependem diretamente das quantidades de peixe produzidas por captura, que varia com ocorrência de fenómenos naturais (p.ex. El Niño) e com a adoção de medidas restritivas de gestão de captura das espécies habitualmente utilizadas para a produção de farinha de peixe. Para além da utilização integral das espécies capturadas, a farinha de peixe pode ser obtida a partir de resíduos e produtos secundários da pesca tais como, cabeças, caudas, espinhas e miudezas. A produção global de farinha de peixe a partir de resíduos e produtos secundários aumentou de 25% em 2009 para 35% em 2012, sendo liderada pela Tailândia, Japão e Chile (FAO, 2014).
Produção anual de farinha de peixe a nível mundial entre 1961 e 2011 (adaptado de FAOSTAT, 2015)
Preço da farinha de peixe em euros/ton (adaptado de INDEX MUNDI, 2015)
Para além da aplicação em aquacultura, a farinha de peixe é usada como ingrediente de rações de outros animais, nomeadamente suínos e aves de capoeira. Em 2008, cerca de 60% do total de farinha de peixe produzida destinava-se à alimentação em aquacultura, e o restante à alimentação de suínos e aves de capoeira. Do total destinado à aquacultura, cerca de 70% é utilizado na alimentação de salmão, truta e camarão. No entanto, o conjunto destas três espécies representa apenas 7% da produção aquícola total. Isto deve-se à necessidade que estas espécies têm de dietas muito elevadas em proteínas e energia. Apesar dos ciprinídeos e tilápias representarem uma fração importante da produção aquícola global, por serem espécies filtradores do fundo da cadeia alimentar que não necessitam de alimentação artificial, a sua produção requer uma utilização mínima de farinha de peixe (AYADI, et al., 2012).
O aumento da procura associado à diminuição da disponibilidade de farinha de peixe tem levado, nos últimos anos à subida gradual do preço deste produto (FAO, 2014). Com o aumento dos preços surge a necessidade de procurar novas fontes proteicas capazes de substituir parcial ou totalmente a farinha de peixe na dieta de diferentes espécies. Por exemplo, atualmente as rações de peixe-gato (espécie dulciaquícola) contêm 50-55% de farinha de soja, 25-35% de milho, e uma pequena fração de farinha de peixe (AYADI, et al., 2012).
O aumento da procura associado à diminuição da disponibilidade de farinha de peixe tem levado, nos últimos anos à subida gradual do preço deste produto (FAO, 2014). Com o aumento dos preços surge a necessidade de procurar novas fontes proteicas capazes de substituir parcial ou totalmente a farinha de peixe na dieta de diferentes espécies. Por exemplo, atualmente as rações de peixe-gato (espécie dulciaquícola) contêm 50-55% de farinha de soja, 25-35% de milho, e uma pequena fração de farinha de peixe (AYADI, et al., 2012).
Referências:
AYADI, F., et al, 2012. Alternative Protein Sources for Aquaculture Feeds. Journal of Aquaculture Feed Science and Nutrition, 4(1), pp. 1-15.
FAO, 2014. The State of World Fisheries and Aquaculture - Opportunities and Challenges, Rome: FAO.
INDEX MUNDI, 2015. Commodity prices - Fishmeal. [Online] Disponível em: http://www.indexmundi.com/commodities/?commodity=fish-meal&months=120¤cy=eur [Acedido em 27 Setembro 2015].
AYADI, F., et al, 2012. Alternative Protein Sources for Aquaculture Feeds. Journal of Aquaculture Feed Science and Nutrition, 4(1), pp. 1-15.
FAO, 2014. The State of World Fisheries and Aquaculture - Opportunities and Challenges, Rome: FAO.
INDEX MUNDI, 2015. Commodity prices - Fishmeal. [Online] Disponível em: http://www.indexmundi.com/commodities/?commodity=fish-meal&months=120¤cy=eur [Acedido em 27 Setembro 2015].
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