A aplicação dos princípios anteriormente enumerados é o ponto de partida para a consolidação do Pensamento Lean que permitirá às organizações criar valor e reduzir ou mesmo eliminar os diversos tipos de desperdícios ligados à produção. O desperdício pode ser definido como qualquer atividade que não acrescenta valor ao produto durante o fluxo de produção. Segundo Womack e Jones são sete os tipos de desperdícios de seguida descritos com base na sua proveniência (SÁ, 2013).
Produtos defeituosos definem-se como sendo produtos que não se encontram de acordo com as especificações de qualidade exigidas. O seu aparecimento tem como consequência o desperdício de matérias-primas, mão-de-obra e o desgaste de equipamentos. Para reduzir este tipo de desperdício deverá ser necessário desenvolver um sistema que permita a sua deteção o mais cedo possível no processo produtivo (SÁ, 2013). Tempo de espera, que está relacionado com o tempo em que pessoas ou máquinas estão paradas à espera de realizar a sua tarefa. Pode ter origem em avarias, falta de material, falta de autonomia dos trabalhadores ou atrasos ocorridos em etapas anteriores do processo (SÁ, 2013). Excesso de movimento, que se refere aos movimentos excessivos dos operários ou dos equipamentos para a execução das tarefas do processo. Este desperdício está diretamente ligado à má organização de espaço e das ferramentas de trabalho (AIRO, 2016). Os movimentos desnecessários podem ser resolvidos com redefinição e organização do espaço de trabalho (SÁ, 2013). Sobreprodução, ou seja, fazer o que não é necessário, quando não é necessário, em quantidades desnecessárias, para os produtos serem requisitados no futuro (MOREIRA, 2011). Pode ter origem em elevados tempos de preparação do equipamento, incerteza relativamente ao produto produzido ou, simplesmente num erro de planeamento. Este é considerado o pior dos desperdícios pois implica a utilização desnecessária de matérias-primas, equipamento e mão-de-obra (SÁ, 2013). Transporte, ou seja o movimento e transporte desnecessário de materiais ou produtos (AIRO, 2016). Apesar do transporte ser uma atividade necessária e por vezes imprescindível, não acrescenta qualquer valor ao produto pelo que deve ser minimizada (SÁ, 2013). Geralmente este desperdício tem origem num fluxo de trabalho pobre, má disposição do processo e desorganização das zonas de trabalho (AIRO, 2016). Processamento incorreto ou inapropriado, ou seja a realização de operações que por serem desnecessárias (e.g. excesso de etapas de processamento) ou desatualizadas (e.g. equipamento desatualizado) poderiam ser substituídas por outras mais eficientes e eficazes (SÁ, 2013). Excesso de stock, ou seja, excesso de matérias-primas, produto que ainda se encontre em processamento ou produto acabado que fica parado à espera de serem conduzidas à próxima etapa do processo, não lhe sendo acrescentado qualquer tipo de valor durante o tempo de espera (SÁ, 2013). Está diretamente relacionado com a sobreprodução e com o processamento inapropriado. Dificulta o fluxo contínuo do produto e resulta na utilização de espaço de armazenamento, que poderia ser usado como espaço “produtivo” (AIRO, 2016). |
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Referências:
AIRO. (2016). Gestão da Produção - Optimizar a produção através do LEAN. Obtido de Associação Empresarial da Região Oeste: www.airo.pt/Download.aspx?x=9f2f7246-3da6-44db-a0e0-49f0f64c49dd
MOREIRA, S. (2011). Aplicação das Ferramentas Lean. Caso de Estudo. Trabalho Final de Mestrado para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Mecânica. Lisboa.
SÁ, J. (2013). Implementação de Técnicas e Ferramentas Lean na Produção de Cerveja. Tese de Mestrado Ciclo de Estudos Integrados Conducentes ao Grau de Mestre em Engenharia Biológica. Minho.
AIRO. (2016). Gestão da Produção - Optimizar a produção através do LEAN. Obtido de Associação Empresarial da Região Oeste: www.airo.pt/Download.aspx?x=9f2f7246-3da6-44db-a0e0-49f0f64c49dd
MOREIRA, S. (2011). Aplicação das Ferramentas Lean. Caso de Estudo. Trabalho Final de Mestrado para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Mecânica. Lisboa.
SÁ, J. (2013). Implementação de Técnicas e Ferramentas Lean na Produção de Cerveja. Tese de Mestrado Ciclo de Estudos Integrados Conducentes ao Grau de Mestre em Engenharia Biológica. Minho.
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