Todos os produtos apícolas utilizados como matérias-primas alimentares são produzidas pelas abelhas obreiras pertencentes à espécie Apis mellifera. São eles:
Nota: Deverá clicar na imagem para obter mais informações acerca do produto apícola respetivo
No interior da colónia, cada uma destes produtos exercem funções muito específicas. O mel, o pólen-de-abelha, o pão-de-abelha e a geleia real constituem o alimento das várias castas de abelhas. A geleia real destaca-se dos restantes alimentos por possuir na sua composição hormonas responsáveis pela diferenciação das abelhas do sexo feminino em rainhas e obreiras. Além disso e contrariamente aos restantes produtos apícolas a sua composição não é influenciada pelas condições envolventes ao apiário como o tipo de vegetação e o clima. A cera desempenha no apiário funções estruturais uma vez que é utilizada na construção dos favos e entra na composição do própolis, que é utilizado na proteção da colmeia face a agentes agressores, como condições climatéricas adversas e insetos ou microrganismos invasores.
A quantidade e qualidade de cada um dos produtos apícolas está interrelacionada. A quantidade de pólen que é transportado para o interior da colmeia e que serve de alimento às obreiras influencia o rendimento de produção de mel, cera e geleia real. Por outro lado, a disponibilidade de mel condiciona o rendimento de produção de cera e de própolis. A qualidade das lâminas de cera utilizadas pelos apicultores condiciona também a qualidade dos produtos que são armazenados no interior dos favos (mel, geleia real e pão-de-abelha) e na sua quantidade uma vez que a sua rejeição pelas obreiras pode em casos extremos incentivar a enxameação. No apiário os produtos apícolas são produzidos e armazenados pelas abelhas a uma temperatura próxima de 40ºC que sempre que possível, deverá ser tida em conta nas operações de processamento para se evitar perda de qualidade devido à deterioração dos seus constituintes. É o caso das temperaturas utilizadas na secagem do pólen e do pão-de-abelha e na fusão da cera. Os produtos apícolas, por serem géneros alimentícios de origem animal encontram-se sob regulamentação europeia e nacional que estabelece regras aplicáveis às várias etapas do processo produtivo, por exemplo a produção biológica de mel, as normas sanitárias para a defesa de doenças apícolas, os produtos fitossanitários admissíveis, os limites máximos de resíduos admissíveis e as regras de rotulagem do produto final. O mel e a cera por serem os produtos de exploração apícola mais rentáveis são também aqueles em que a legislação é mais abundante. Os restantes produtos carecem presentemente de legislação que permita defini-los de acordo com critérios de produção e/ou apresentação, e estipular critérios de composição, pureza e autenticidade. A composição química dos produtos apícolas pode depender da espécie de abelha, do local da exploração apícola (vegetação, solo e clima) e das condições de manuseamento e processamento. A composição química condiciona, por sua vez, as propriedades organoléticas (cor, sabor, aroma e textura) e bioativas, a biodisponibilidade dos nutrientes e a capacidade de conservação dos respetivos produtos. De um modo global, os produtos apícolas são bastante ricos nutricionalmente e apresentam propriedades medicinais comprovadas por estudos científicos. Os compostos fenólicos, naturalmente presentes no mel, pólen-de-abelha, pão-de-abelha, e própolis conferem-lhes atividade antioxidante. As propriedades anti-microbianas do mel devem-se à presença de peróxidos, à sua acidez e osmolaridade elevada. O ácido gordo 10-HDA presente na geleia real confere-lhe propriedades anti-tumorais. |
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