Para a produção de mel, própolis e pólen, as obreiras recorrem a substâncias naturais existentes em torno da colmeia, nomeadamente pólen, néctar, melada, e resinas de plantas.
PÓLEN
O pólen é o gâmeta masculino das flores de plantas polinizadas pelo vento. É formado por grânulos muito leves que são recolhidos pelas obreiras, compactados e transportados nas patas dianteiras para o interior da colmeia (FNAP, 2010). A compactação do pólen em faz-se com auxílio de saliva e pequenas quantidades de néctar ou de mel, resultando a formação de grãos de maiores dimensões - cargas polínicas ou pólen-de-abelha (NOGUEIRA, 2012). Já no interior da colmeia, o pólen capturado é envolvido em mel e enzimas digestivas antes do armazenamento nos favos. Este procedimento possibilita a ocorrência de uma fermentação lática que permite aumentar o poder de conservação e a biodisponibilidade dos nutrientes do pólen. O pólen adquire assim características nutricionais distintas, passado o produto a designar-se pão-de-abelha, que é o alimento das larvas jovens (FNAP, 2010).
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Pólen
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Néctar
Melada
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NÉCTAR E MELADA
O néctar e a melada são substâncias açucaradas segregadas respetivamente pelas plantas e por insetos que se alimentam de seiva. Estas substâncias podem ser utilizadas pelas obreiras na produção de mel, sendo transportadas até à colónia num órgão próprio – o saco de mel, dentro do qual ocorre a incorporação de enzimas. Ao chegar à colmeia as obreiras passam entre si a mistura que gradualmente sofre desidratação devido à temperatura interior e à ventilação provocada pelo bater das suas asas. A incorporação de novas enzimas permite a degradação completa de hidratos de carbono em açúcares e a formação de compostos com atividade antibacteriana característicos do mel. Só quando o teor de humidade atinge valores inferiores a 20% é que as obreiras fazem o armazenamento nos favos selando-os com uma película de cera – o opérculo, para prevenir a reidratação do mel. O mel armazenado é utilizado na alimentação de todas as abelhas adultas da colónia (obreiras e zangões) à exceção da abelha-rainha. |
RESINAS
As resinas são secreções que desempenham um papel importante na desinfeção e cicatrização de feridas das plantas como o freixo, choupo, bétulas, pinho, amieiro, esteva ou o salgueiro. Estas substâncias são recolhidas por obreiras (com mais de 15 dias de idade), e misturadas com cera e secreções salivares na produção de própolis. Este produto apícola é fundamental para o bem-estar da colónia uma vez que é utilizado no revestimento dos favos, na mumificação de invasores mortos, na prevenção da proliferação de microrganismos patogénicos, e na consolidação das peças da colmeia estabilizando a temperatura e a humidade no seu interior (GPP, 2013). |
Resinas
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Referências:
FNAP (2010). Manual de produção de Pólen e Própolis, FNAP-Federação Nacional dos Apicultores de Portugal, Lisboa, pp. 4-17.
NOGUEIRA, C (2012). Estudo do pólen apícola comercial. Dissertação de Mestrado em Qualidade e Segurança Alimentar, Escola Superior Agrária - Instituto Politécnico de Bragança, Bragança, pp. 3-10.
GPP - Gabinete de Planeamento e Políticas (2013). Programa Apícola Nacional 2014-2016. Ministério da Agricultura e do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, 56p.
FNAP (2010). Manual de produção de Pólen e Própolis, FNAP-Federação Nacional dos Apicultores de Portugal, Lisboa, pp. 4-17.
NOGUEIRA, C (2012). Estudo do pólen apícola comercial. Dissertação de Mestrado em Qualidade e Segurança Alimentar, Escola Superior Agrária - Instituto Politécnico de Bragança, Bragança, pp. 3-10.
GPP - Gabinete de Planeamento e Políticas (2013). Programa Apícola Nacional 2014-2016. Ministério da Agricultura e do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, 56p.
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